quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Baixas de guerra

Era uma vez uma pessoa que tinha um tumor na cabeça.
Um dia, ela recebeu uma mensagem de uma amiga do hospital onde havia se tratado informando que uma companheira de radioterapia havia falecido recentemente.

A mensagem dizia: "- Não quero que você fique abalada, resolvi avisar porque vocês faziam o tratamento na mesma sala, se conheciam e achei que você devia saber do acontecido. Ela descansou." 
A pessoa ficou abalada, mas precisava saber mesmo, por isso agradeceu pela mensagem. 

Era bonita e estava forte na última vez em que haviam se visto, É fato que uma implicava com a peruca que a outra usava, mas isso as fazia rir um pouco. Ela ria muito pouco...
Ao contrário do que alguns familiares disseram, ela não havia desistido. Nessa luta, uma vez que começamos, não há como desistir, desertar, porque a luta vai atrás da gente. Apenas o limiar do cansaço de cada um é diferente. ela foi para o descanso das borboletas, em algum jardim inimaginável, com flores surrealistas e onde a dor não vem com o vento. De alguma forma isso faz sentido, embora eu ainda o desconheça.
Ela havia tentado  "de tudo" em busca de uma cura. É...final feliz na cabeça da gente é cura. Na lógica da vida é Lou-cura.
Não pensem que ela foi vencida pela doença, porque a doença nunca vence a vida. A vida apenas continua se desenrolando em uma outra sala de cinema, vizinha à nossa e para a qual ainda não temos bilhete.

Dedico esse blog à todos os que recebem meus emails e suas vidas tão raras. E para nós, que continuamos aqui eu recomendo...muita paciência.
Segue o vídeo:




Abraço carinhoso aos daqui e aos de lá.


Nenhum comentário:

Postar um comentário