Hoje tive um momento para um café bastante reflexivo.
Confesso que estou cansada da pouca profundidade alcançada por nós quando temos que valorar nossa existência.
O quê move o mundo? O quê lhe move?
Dizem que o que move o mundo é o dinheiro.
Discordo. O que move o mundo são os líderes que usam o dinheiro.
São os líderes que formatam as sociedades, as organizações, a família.
Somos líderes de nossas vidas a cada decisão tomada.
Dizem que o mundo como conhecemos hoje vai acabar. Será? Até que ponto seremos capazes de promover essa mudança?
Como docente de Seminários de liderança aqui, nos Estados Unidos e na Ásia, preciso me manter sempre atualizada em termos de tendências, ideologias, conceitos sobre esse tema.
Recentemente li entrevista de Gary Hamel, autor de "Liderando a Revolução" (um dos meus preferidos), e do recente "O que importa agora" (Ed. Elsevier). Ele exalta a necessidade de priorizar a inovação desburocratizada e que proporcione autonomia (descentralização do controle) na tomada de decisões, baseada na confiança, nas competências e em valores claros e bem definidos. Quantos de nós vive essa realidade no dia-a-dia?
Aí você me pergunta o que gestão de empresa tem a ver com a vida prática. Tudo. Empresas são como organismos e os organismos funcionam ordenadamente para cumprir "metas" estabelecidas por cada órgão para manterem-se vivos.
Donas de casa são líderes e definem os mercados. Mães e pais são líderes e formam agentes da sociedade e das economias assegurando o futuro das nações (emocionalmente equilibrados ou não, fortes, fracos,íntegros,corruptos).
A maioria da sociedade, já dizia Maquiavel, é incompetente para liderar sua própria vida e forma uma grande massa de manipulação. Mas isso é assunto velho...
Porém, Maquiavel, em sua "Arte da Guerra"(sim, nem só de Sun Tzu vive a estratégia) fez algumas considerações que parecem extraídas de qualquer revista Época ou Carta Capital de hoje: mudou o prato, o bolo continua o mesmo.
Costumo dizer em minhas aulas que toda a forma distorcida de liderança é corrupta. Porque já não focará no propósito e sim nos interesses agregados ao processo. É como um remédio cujos efeitos colaterais são mais intensos do que a melhora. Pensamos em corrupção, pensamos na política. Mas a política está muito além das esferas governamentais. Toda a vez em que você lida com conflito de interesses em casa ou no trabalho, faz política. A política é o que sustenta as relações do mundo civilizado (às vezes de modo pouco civilizado) - ela é que define para onde vai o dinheiro, quem será favorecido. Quando o filho negocia a mesada com o pai, quando a esposa quer ir à um show que o marido não quer, quando decidem as férias, o que comprar, quando as empresas definem prioridades e quem influencia quem, faz-se política.
Falando em influência, essa é a arma essencial da política. Para corrompê-la ou para o avanço do interesse comum.
O mesmo Maquiavel, em seu livro "O Príncipe" diz, na pág. 214: "O primeiro método para estimar a inteligência de um governante é olhar para os homens que tem à sua volta." - por quê? Resposta simples: influência. - Você está à altura daquele por quem é influenciado.
Assim é que a euforia por mudanças precisa ser vista com olhos mais atentos: mudar é necessário, mas a borboleta jamais deve mudar para lagarta. A flor não muda para botão. Uma coisa é certa de qualquer forma: Para mudar é preciso coragem e ousadia. Você tem?
Guitarras em riste, segue o vídeo:
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