segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Urnas de vento


Ainda me pergunto por quê escrever sobre esse assunto hoje...às vezes parece que minha cabeça e minhas mãos não me pertencem.Segunda-feira talvez fosse melhor uma piadinha, coisa assim... Mas vamos lá, vamos arriscar.

Política deixou de ser ciência e passou a ser negócio.
Voto deixou de ser opinião e virou mercadoria.
Consciência virou estatística.

Em poucos dias estaremos encarando a dura realidade das nossas eleições: o paradoxo de um modelo democrático usado como armazém.
A consciência de cidadania foi guardada em uma moedeira, enquanto se vota em candidatos "menos piores", "com mais chance de ganhar"ou "que tem uma boa proposta para a minha classe", "que me prometeu..." ou o que tem a musiquinha mais irritante que gruda na mente como um post-it. Horizonte estreito, esse.
Há quem vote até no "mais bonito" - nessa hora só chorando mesmo. O ridículo do horário eleitoral reflete o ridículo da sociedade a qual pertencemos.

Votar passou a ser um jogo onde o eleitorado virou rebanho, em que a sociedade brasileira sempre perde e transforma a nação em pasto.
Anular, votar em branco, vender voto, votar defendendo interesses pessoais...isso não é protestar contra o sistema ou o status quo. Isso é atestar incompetência cidadã.
Se eu não voto não posso reclamar de absolutamente nada porque quem não tem voz não fala.
A única forma de votar certo é votar em alguém que se aproxime do que você imagina ser melhor (para o bem comum, não o seu apenas). Não se deixe enganar por forças de partidos, por pesquisa. Protestar é agir contra o estado atual das coisas. Voto nulo e branco são votos de silêncio que enchem as urnas de vento.

Faça sua escolha com base na pessoa, não no partido, nas estatísticas. O candidato ideal não existe mas existem planos de governo concretos e que podemos cobrar. A sociedade é formada por pessoas e deve ser governada por pessoas, pensamentos, ações e idéias consistentes. A corrente viciada de um sistema corrompido precisa ser quebrada. O despertador está tocando! Se parte da sociedade ganha, mudará o bolo mas permanecerão as mesmas moscas. Se a sociedade como um todo cresce todos ganham. Hora de fechar a fábrica de pobreza, dependência e comodismo. O eleitor precisa parar de ladrar feito um cão atrás de um portão velho e assumir o seu papel como responsável pelos acontecimentos ao invés de se deixar cegar por promessas de governo paternalistas com soluções à curto prazo que não resolvem os principais problemas das comunidades. Pessoas morreram para que hoje seja possível votar. Não podemos desvalorizar esse sacrifício. Reclamar do vento é cômodo. Assumir a responsabilidade pela posição das velas requer atitude, trabalho e coragem.
Boa semana. Seguem hoje dois vídeos curtos que acho excelentes:





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