quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Gigantes no abismo




"Senhor, o Teu mar é tão grande,

E o meu barco é tão pequeno "

Winfred Ernest Garrison

1874 - 1969



Passei por duas cirurgias na última Sexta-feira. Foi difícil sair pra votar no Domingo passado.

Nada a ver com o tumor no cérebro, foram problemas nos ovários e de vesícula. Ainda é ruim ficar sentada. E deitada, em pé, parada, andando...

Pode parecer para alguns que agora sou uma desocupada que usa a internet pra ter o que fazer, mas o objetivo na verdade é oferecer alguma coisa boa quando tudo em volta diz que estamos fracos e não temos nada à oferecer. Quero oferecer algo saudável enquanto eu puder, mesmo se a saúde quiser fugir de mim.

Recuperação chata, pareço uma peneira com tantos furos espalhados na barriga...e mais uma vez cantei "I will survive " na sala de cirurgia até a anestesia fazer efeito. Não sei por quê isso sempre acontece. Pelo menos não cantei "Para nooossa alegriaaaa" que seria bem mais catastrófico e correria o risco do médico e os auxiliares fugirem em pânico e do anestesista me dar uma overdose pra me fazer calar a boca. É uma frustração eu não saber cantar. Ainda.

Algumas pedras e nódulos mais leve, nadamos em mares revoltos com a tranquilidade de quem escorrega em um arco-iris.

Algumas situações são como ladrões: chegam de surpresa e querem nos roubar a vida, o tempo, a motivação pra fazer as coisas.
Às vezes esse ladrão traz uma gangue inteira que nos cerca de modo ameaçador em algum canto escuro. 
Pode ser doença, pode ser uma traição, uma decepção ou injustiça, pode ser uma perda, um acidente, um problema. Um furacão categoria 5.0 que vem sem aviso e acaba com o que estiver construído, engole o que pode e o que não pode ele destrói.
De repente estamos beirando abismos e lá embaixo o mar revolto pela tempestade é ameaçadoramente forte.
Mas também lindo.

Você já teve a sensação de estar tentando se agarrar com as mãos pra não cair no abismo, e então aparece alguém pra pisar em seus dedos?
Essas coisas acontecem porque é nesse exato momento que surge o gigante em nós. É quando soltamos as mãos e abrimos os braços diante do perigo, porque ali, na beira do abismo e com alguém pisando em nossos dedos se manifesta o gigante em cada um, e já não temos medo do abismo porque nos tornamos maiores que ele. É a melhor hora do filme.
Antes de se concretizar, a derrota precisa se tornar um estado de espírito, e isso só acontece se a gente permitir. 
Como transformar furacão em brisa? Como transpor uma montanha da qual não se consegue avistar o cume? Por quê essas coisas acontecem nas nossas vidas? Para que se possa viver a melhor parte do filme!

Se lhe pisarem os dedos, supere à si mesmo e se torne um gigante. As mesmas ondas assustadoras são as mais belas. Aprenda a surfar nelas como quem escorrega no arco-íris.

Segue o vídeo de hoje: 



E bom final de semana pra todos.

Um comentário:

  1. Você é uma vencedora e muitas portas ainda vão se abrir em sua vida!
    Abração e muita luz!
    Alex Victor

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