Na profusão de manifestações que compõem o
cenário após a reeleição de Dilma Rousseff ao cargo de presidente da república,
parece claro que nos falta, como povo, maturidade e discernimento para
compreender nosso papel.
De um lado, extremistas fanáticos exercendo uma
militância cega e doentia que os incapacita ao exercício do bom senso. De
outro, a arrogância intolerante dos que se julgam defensores de uma Pátria pela
qual não foram instituídos salvadores pelo próprio sacrifício.
Política saudável não se pratica com guerrilha
de verdades absolutas, se legitima com o conhecimento da história e daquilo que
nos atribui identidade enquanto povo que compartilha esta história comum.
Vivemos, assim, dias de Rubião. Não posso deixar
de recordar este célebre personagem de Machado de Assis que, ao final da vida,
relembra o ensinamento Humanitista de Quincas Borba: "Ao
vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas". Nestas últimas
eleições, o vencedor e o vencido ainda não se definiram. E explico:
Numa sociedade submersa em valores corruptos como a nossa, o eleitor não
contava com candidatos que pudessem validar o voto pela veracidade de seu
discurso ou mesmo por seu comprometimento. Credibilidade não é moeda corrente
em nossa realidade política. Os ataques entre candidaturas provaram que o
eleitor não estava depositando confiança no melhor candidato mas estava
cumprindo o dever obrigatório de votar no “menor estrago”.
Após o resultado do processo eletivo, a “Guerra” se estende de ambos os
lados com artilharias de preconceito, ignorância, estupidez e imaturidade
cívica.
Precisamos, agora, depositar nossa força enquanto povo no verdadeiro
resultado deste processo eletivo que ainda não se definiu - quem será vencedor:
o povo brasileiro, que optará pelo amadurecimento e por assumir a
responsabilidade enquanto fiscal legítimo do poder, ou optará pelas batatas
cruas e indigestas, dando vitória a divisão e ao poder corrupto que sabiamente
tem utilizado a contrainformação e a desinformação para que, sem foco no
verdadeiro inimigo, a sociedade deste país permaneça inerte e alheia ao que possui
real valor de debate.
Conheço muitos lugares deste mundo, muitos deles mais desenvolvidos que
o Brasil, outros menos. Em todos eles há pessoas esclarecidas e pessoas
ignorantes, pessoas lúcidas e pessoas sem consciência. Acusar é fácil e muito
cômodo. Difícil é perguntar: O quê EU tenho feito para contribuir com o meu
país?
Sou nascida no Rio Grande do Sul, moro em chão nordestino e isso me faz
brasileira, terra à qual pretendo honrar com trabalho digno, humildade de
conduta e clareza de consciência, livre de visões estreitas que me impeçam de
fazer parte dessa comunidade chamada…Universo!
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